Boas Práticas

A ideia de melhorar o recreio, enquanto espaço apelativo para brincar livremente, explorar, cooperar e vencer desafios, surgiu pela necessidade manifestada pelos alunos da escola, em 2019, quando a associação iniciou a sua atividade, tendo questionado a comunidade escolar sobre as necessidades existentes. 

Os dois anos de pandemia não permitiram reunir condições para dar resposta a esta necessidade. Contudo, este objetivo sempre se manteve no plano anual de atividades da associação de pais e encarregados de educação da escola basica nº5 de Vale Carneiros.

Em 2022, com a iniciativa “Incubadora do brincar”, no âmbito do dia da criança, inicia-se o projeto de brincar no recreio - do dia . Esta ação decorreu de uma parceria global da comunidade escolar e local ( alunos do mestrado de terapia ocupacional, a associação de pais e encarregados de educação, o corpo docente e não docente desta escola, que desde logo autorizou a iniciativa e se disponibilizou para reunir e planear o que fosse necessário, as famílias que contribuíram com material e ajuda no dia da criança para distribuir o material no recinto e a autarquia, que disponibilizou transporte e local de armazenamento de material recolhido até ao dia da iniciativa.

Lançou-se o apelo à comunidade escolar (em anexo) para recolha de todo o tipo de materiais que pudessem disponibilizar, sendo que obtivemos uma excelente colaboração, recebendo diversos materiais de uso não especificado, que possibilitam a brincadeira livre e a criatividade.

A escola recebeu os materiais, a associação de pais e os alunos de mestrado triaram o material e organizaram-no de modo a que ficasse pronto a disponibilizar no dia 1, na escola.

No dia 1, os alunos foram assistir a uma peça de teatro de manhã e à tarde, não houve tempo letivo, pelo que todos os alunos, sem exceção, tiveram o espaço de recreio para explorar livremente utilizando os materiais disponíveis, ou não ( imagens em anexo).

Os adultos presentes tinham como função observar, supervisionar, intervindo apenas se estritamente necessário. Desta forma, os objetivos traçados consideram-se amplamente atingidos, pois desde o desenvolvimento de capacidade de explorar, criar, construir, cooperar, partilhar até à libertação de emoções (com destruição de material no inicio, por parte de alguns, até à cooperação e partilha a que se assistiu no final por parte integral do grande grupo), tudo foi visivel, nesta experiência.

Os conflitos ou a dificuldade na gestão dos mesmos, que constituem uma preocupação quase diária, não existiram neste dia, o que se considera uma mais-valia a ressalvar. Nesta medida, o presente projeto que se iniciou com esta iniciativa mas que se pretende dar continuidade nos próximos anos letivos, insere-se tanto na categoria de espaço escolar, como na de cidadania e inclusão.

No final desta experiência, o retorno das crianças foi muito positivo, referindo que gostariam de ter sempre o recreio com estas possibilidades. 

Nesse sentido, ficou firmado o compromisso entre associação de pais e a coordenação da escola de reunir, definindo tempos de formação a realizar ao corpo docente e não docente, de modo a que o ambiente escolar seja facilitador do brincar; os momentos do dia em que os materiais ficam disponíveis (tempos superiores a meia hora para permitir à criança a escolha e organização da brincadeira), local de armazenamento dos materiais e pessoas responsáveis pela renovação dos materiais danificados, sempre que se verifique necessário.