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    Dia Mundial da Criatividade e Inovação

    Dia Mundial da Criatividade e Inovação

    4/20/2022

    «O Dia Mundial da Criatividade e Inovação assinala-se a 21 de abril», diz-nos o portal Eurocid, que acrescenta: «O seu propósito é destacar o papel da criatividade e da inovação para o desenvolvimento sustentável a nível social e económico.» Ficamos ainda a saber que «este dia foi criado através da resolução 71/284 da Assembleia Geral das Nações Unidas, a 27 de abril 2017».

    Dir-se-á uma ideia consensual e a ter verdadeiramente em conta. Que viva a inovação, que viva a criatividade! Nas empresas, nos organismos públicos, nas nossas escolas. Que tal inovação – nos métodos de gestão (mais humanizados, espera-se), na criação de novos produtos e serviços, no recurso a tecnologia também ela inovadora, na preocupação com a sustentabilidade ambiental… – seja uma realidade colocada ao serviço da sociedade e da melhoria da vida em comum. (Aqui para nós, muito gostava também que essa inovação e essa criatividade fossem aplicadas pensando no bem-estar, na saúde física, psicológica e emocional, e numa remuneração digna de quem trabalha em tais empresas e organizações, e vive desse trabalho.)

    Por outro lado, pensando na escola (e é bom que se diga que um professor digno desse nome é sempre alguém com uma dose de criatividade acima da média), importa lembrar esta verdade há muito reconhecida: a criatividade e a inovação não nascem do nada. E, sem pôr em causa o valor dos talentos individuais (físicos e desportivos, artísticos, matemáticos…) e do impulso vocacional, convém ter presente que o terreno propício ao emergir da criatividade – a qual existe em todas as áreas do saber – é a qualidade dos próprios atos educativos e dos espaços em que eles se desenrolam. E refiro-me nomeadamente à educação em ciência, em matemática, em literatura e nas artes, em História e nas áreas expressivas. 

    Só numa escola em que a leitura literária e a música, a pintura e o teatro, a educação matemática e a educação para a ciência, a filosofia e a formação cidadã tenham uma centralidade decisiva – sem desvalorizar as artes e o desporto, insista-se –, só numa escola assim existem condições para o desenvolvimento de mentes criativas, capazes de inovar e de contribuir para o desenvolvimento da comunidade e do país.


    José António Gomes

    Professor da Escola Superior de Educação do Porto

     

     

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