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Porque têm ritmos biológicos e os seus próprios ritmos, as crianças precisam de regras e de rotinas. Para que, de forma simples e “em piloto automático”, elas saibam com o que contar e ganhem com aquilo que concilia os valores dos pais com os desejos delas. 

As rotinas, sempre que tornam os dias demasiados espartilhados, são as melhores amigas do tédio. Rotina não significa que as crianças tenham agendas em que, desde o mais importante aos pequenos pormenores, a sua vida se transforme numa folha de cálculo. Mas um “quanto baste de rotinas” dá previsibilidade à vida duma criança. Dá-lhe segurança. Permite que ela ouse ser criativa e autónoma para lá das rotinas que a organizam. 

O melhor amigo das rotinas é o tempo livre. Rotinas sem tempo para brincar faz com que às crianças se “roube”, todos os dias, mais um bocadinho de infância. Tempo livre sem rotinas passa por imaginar que elas, sozinhas, se organizam, sem que os pais sejam indispensáveis para o seu crescimento.