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Escola vencedora da 3.ª edição da Escola Amiga!
11/20/2020
ESCOLA VENCEDORA ESCOLA AMIGA 3.ª EDIÇÃO: Escola Básica e Secundária da Cidadela
“A escola não é - não tem de ser! - um espaço fechado sobre si. Com relações que se esgotam no ato de aprender.
A escola, como todos a desejamos, é um lugar (e um ligar) aberto e ruidoso. Uma espécie de praça buliçosa. Onde as pessoas se cruzam e se dão. E onde aquilo que se dá a conhecer pulsa e espanta e rejubila e faz com que todos se transformem.
A escola que todos queríamos como amiga da criança era, desde o seu princípio, uma escola de todos. Uma escola dos filhos e dos pais. Uma escola dos professores, dos diretores e do pessoal não docente. Uma escola de livros, de experiências e de histórias. Uma escola feita de sucessos e de enganos. Uma escola de laços e tensões. Mas uma escola amiga.
O que nós não esperávamos é que a escola pudesse quase adoecer e que, por isso mesmo, fosse para casa. E que uma pandemia a virasse do avesso e a pusesse à prova, como nunca. E o que
esperávamos menos, ainda, é que, no meio de uma vendaval que deixou o espaço da escola vazio e triste, a escola, numa redenção - inacreditável! - nos trouxesse a determinação indomável dos professores e a força dos pais, em conjunto com eles, no sentido de reabrirem a escola. Onde fosse preciso que ela existisse.
Da forma que fosse necessário que ela tivesse. Assim houvesse quem quisesse aprender. E quem nunca desistisse de ensinar.
É por isso que o Projeto CoVídeos se assume como o vencedor inesperado da edição 2020 da Escola Amiga da Criança. Que nos traz, de uma forma arrebatada, o modo como a escola se reinventa. Se adequa aos obstáculos com que se depara. E se esgueira para linguagens que os alunos “apanhem”. E que, mesmo em plena quarentena, os leve a aprender.
O Projeto Covídeos surgiu em maio de 2020, no auge da pandemia. Porque estava a ser difícil “ir a casa” buscar os alunos para os trazer para a escola.
Depois de lhes ter sido perguntado como queriam a escola, os alunos passaram a fazer vídeos individuais que, mais tarde, se encadeariam. Com o auxílio dos professores de diversas disciplinas.
Cada interveniente contribuiu com um pequeno vídeo de si próprio, mostrando a atividade mais frequente durante o confinamento. E ainda com um outro vídeo, em que mostrou qual a atividade de que sentia mais falta. Ou aquela que seria a primeira a fazer quando tudo voltasse à normalidade. Ligaram-se conteúdos através de uma animação. E, na madrugada de 24 para 25 de junho, o projeto “nasceu”. Ligando professores e alunos. Mas não ligando à distância.
O Projeto Covídeos é a prova que há escolas onde os obstáculos se transformam em oportunidades. E onde a redenção de uma ideia de escola amiga se faz com a imaginação, a entrega, a cumplicidade e a ajuda de todos.”
Por Eduardo Sá