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Dia Internacional do Livro Infantil
3/30/2021
Em 2 de Abril comemora-se o Dia Internacional do Livro Infantil, pois foi nessa data que, em 1805, nasceu em Odense, Dinamarca, um dos pais da literatura para crianças: Hans Christian Andersen (1805-1875), autor das inesquecíveis histórias de “A Ondina”, “O patinho feio”, “O rouxinol”, “A rainha das neves”, “O abeto”, “O valente soldado de chumbo”, “O fato novo do imperador” e outros contos que se tornaram imperecíveis pela sua humanidade, pelo maravilhoso, pela admirável inventividade e pelo sentido crítico. Apaixonado por viagens, foi também Andersen quem escreveu o livro “Uma visita a Portugal em 1866”, após uma permanência no nosso país que o marcou, em especial a passagem por Sintra. É conhecido hoje o rasto que a leitura dos seus contos deixou nas obras de escritores de língua portuguesa como Guerra Junqueiro, Ana de Castro Osório, Adolfo Simões Müller, Ricardo Alberty, Maria Rosa Colaço, Sophia, Matilde Rosa Araújo, Ilse Losa, Luísa Dacosta, Maria Alberta Menéres, António Torrado, Luísa Ducla Soares, José Jorge Letria, Álvaro Magalhães e outros.
O Dia Internacional do Livro Infantil é, portanto, uma data em que, por todo o mundo, se homenageiam os escritores, ilustradores, designers, tradutores, editores e promotores da leitura que fazem da literatura para crianças e jovens a nobre e maravilhosa área da criação literária e artística que é (ou deve ser), com uma tradição que remonta ao século XIX e mesmo a séculos anteriores (Fénelon, Perrault, Mme. Leprince de Beaumont…). Uma área que hoje se reparte pela poesia, pelo teatro infantil, pelo álbum narrativo ou poético, pelo conto ilustrado, pela novela e romance juvenis e por outras modalidades literárias.
Trata-se, além disso, de uma data em que bibliotecas públicas e escolares, livrarias e escolas promovem atividades com o propósito de sensibilizar as comunidades para a importância da construção de leitores desde a mais tenra idade (isto é, desde quando ainda não se sabe ler), e para o papel que o livro infanto-juvenil desempenha na vida da criança:
▪ na criação de hábitos de leitura e do prazer de ler, e na progressão ao nível das diversas literacias;
▪ na formação pessoal e social (educando para a compreensão do outro, para a aceitação ativa da diversidade cultural e étnica, para a paz, para a justiça e para outros valores fundamentais);
▪ no desenvolvimento do gosto estético e da imaginação;
▪ no desenvolvimento da linguagem e da dimensão cognitiva.
Por tudo isto, e pensando na escola, tanto na biblioteca como na aula, importa que o Dia Internacional do Livro Infantil seja o pretexto para que, antes do 2 de Abril ou em dias posteriores, se promovam, entre outras atividades pedagógico-culturais:
▪ exposições temáticas – sobre autores, ilustradores ou obras específicas, ou ainda sobre a presença de um tema num conjunto de obras;
▪ mostras bibliográficas de livros infantis e juvenis de qualidade;
▪ mostras bibliográficas de clássicos da literatura para crianças como os contos de Andersen, “Alice no País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, “As Aventuras de Pinóquio”, de Collodi, o “Romance da Raposa”, de Aquilino Ribeiro, e tantos outros;
▪ encontros com escritores, ilustradores e contadores de histórias;
▪ produções escritas, visuais, musicais e teatrais ligadas ao tema, tais como composições narrativas ou poéticas que deem nova vida e novas aventuras a personagens marcantes da literatura para a infância (Capuchinho Vermelho, Gata Borralheira, o Patinho Feio, Alice, Pinóquio, Salta-Pocinhas, Emília, o Palhaço Verde, o Espanta-pardais, etc.); ilustrações, construções e objetos tridimensionais representando figuras e cenários emblemáticos de certas histórias; teatros de sombras e de fantoches; canções, etc.
Em suma, que na escola, na família, nas bibliotecas o Dia Internacional do Livro Infantil constitua, antes de tudo, uma verdadeira festa da leitura e da literatura.
José António Gomes
IEL-C – Núcleo de Investigação em Estudos Literários e Culturais da Escola Superior de Educação do Porto