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Em 2015, uma cimeira da ONU, com lugar em Nova Iorque, nos Estados Unidos, mobilizou os líderes mundiais para a definição de uma agenda, que ficou conhecida como Agenda 2030 – “Transformando o nosso Mundo: agenda para o desenvolvimento sustentável 2030”. Este documento definiu como metas primordiais para o planeta a erradicação da pobreza e a promoção do desenvolvimento económico, social e ambiental à escala do planeta.

A Agenda 2030 assenta em 17 objetivos de desenvolvimento sustentável, que deverão ser implementados por todos os países. O primeiro está relacionado com a erradicação da pobreza.

A pobreza existe de facto no mundo. Inúmeras pessoas sobrevivem com menos de 1,25 dólares por dia, em África, na Índia, no Vietname e em tantos outros locais deste nosso planeta. Inúmeras pessoas não têm casa, não têm comida, não conseguem encontrar um emprego e não têm qualquer fonte de rendimento. Estas são as pessoas que, de igual forma, estão mais vulneráveis aos incidentes ou às catástrofes relacionados com a ação das forças da natureza. São também pessoas que vivem em contexto de guerra ou de conflitos. São pessoas que conhecem a segregação social, religiosa e política como parte integrante da sua existência quotidiana.

Estes seres humanos encontram-se desprotegidos num mundo que, não raro, os ignora. Num mundo onde apenas alguns, muito poucos, têm direito a riquezas infindáveis e a todos os prazeres que a vida permite.

E porque a situação é injusta e porque cada um de nós tem a obrigação moral de ajudar todos os seres humanos em dificuldades, a erradicação da pobreza tem de se converter numa meta nacional, para todas as nações do mundo, e numa meta mundial que envolva esforços globais. Neste campo, a escola tem um importante papel de consciencialização e de simulação de real. Assim, em diferentes disciplinas será possível começar por conhecer as dimensões da pobreza no mundo, para posteriormente se estudarem/ proporem medidas que garantam a proteção social, sobretudo dos mais pobres e vulneráveis. ~Disciplinas como a Geografia ou as Ciências Naturais poderão abrir portas a projetos que incidam sobre formas de assegurar a acesso a serviços básicos e o direito ao controlo de terras e recursos naturais bem como o acesso a formas de financiamento. Disciplinas como Português, Língua Estrangeira ou História poderão trabalhar aspetos do projeto ligados à importância da promoção do direito à igualdade de género e da proteção contra as ameaças climáticas ou desastres económicos, sociais e ambientais.

Uma verdadeira evolução da sociedade mundial, não poderá deixar ninguém para trás e terá de assegurar que todos os seres humanos têm direito a uma existência digna e livre da pobreza e das suas consequências nefastas.

Carla Marques