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A felicidade dos professores e dos alunos
11/24/2023
Alunos mais felizes aprendem com mais facilidade. Professores mais felizes ensinam melhor. Alunos que aprendem melhor sentem-se mais felizes. A felicidade dos alunos e a dos professores ligam-se e alimentam-se uma com a outra.
Depois de uma pandemia, dois confinamentos e meses de recuperação de aprendizagens, e após um último ano de greves na educação, de que forma professores e alunos se sentem felizes com a escola? Foi sobre a felicidade que a Escola Amiga da Criança - um projeto da Confederação das Associações de Pais com o apoio da LeYa Educação - lançou, com várias universidades, um estudo que inquiriu mais de 5000 professores e de 3000 alunos.
Em vez das boas notas, o bem-estar dos alunos na escola depende, no essencial, da relação que têm professores. As notas são importantes para o seu bem-estar geral. Mas não tanto para se sentirem bem na escola.
No lugar de colocarem à frente de tudo carreira, mobilidade, salários ou condições de trabalho, o bem-estar dos professores na escola depende, sobretudo, da sua relação com os colegas e com os alunos.
O contexto socioeconómico não é um fator que interfira com o bem-estar na escola. Aos olhos dos alunos, a escola tem conseguido tratar todos por igual.
Quando se imaginam a cinco anos de distância, alunos e professores vêem-se mais felizes. Sendo que os alunos se veem quatro vezes mais felizes que os professores.
Afinal, em vez de egoístas, fechados sobre si, cercados por crises e desconsiderando pais e professores, os adolescentes respondem-nos:
Do que é que eu preciso para estar com a minha vida? Dos meus pais!
O que é me faz falta para estar bem com a escola? Dos meus professores. (Que são vividos por eles como indispensáveis!)
Em resumo: do que eu preciso é de bons exemplos!
Por tudo isto, talvez seja altura de percebermos que a forma como os adolescentes vivem a escola e as notas tem muito mais a ver com o modo como os pais os imaginam e como todos nós nos projetamos neles. Daí que talvez seja hora de “acordarmos para a vida”. E escutarmos os adolescentes. O que eles acabaram por nos dizer foi, no fundo:
O melhor de tudo são as pessoas.
O melhor da escola são os professores.
O melhor do mundo é o futuro.
Eduardo Sá