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Ao contrário do que possa parecer, o ano letivo só começa agora.

Porque foi preciso que os nossos filhos se adaptassem, entretanto, a novos horários, à nova escola, aos novos colegas e a novos professores.

Porque foi necessário que se articulassem, como se fosse uma rotina com que se convive desde sempre, com as correrias para o futebol, a dança, a música ou as explicações, depois das aulas.

Porque cada professor pensa a sua disciplina à sua maneira. E é indispensável que eles “apanhem” a forma dele a pensar e se ajustem a isso, com desenvoltura.

Porque é preciso que se engasguem numa pergunta de aula, num miniteste ou numa avaliação mais a sério para se sintonizarem com aquilo tudo de que são capazes.

E porque é necessário voltar a apanhar o jeito de pôr algum stress no dia a dia e, ainda assim, ser-se capaz de ter vida, e amigos, e mais tempo livre (que parece que se escapa, a toda a hora).

É por isso que os resultados dos nossos filhos até ao fim de outubro valem o que valem. Eles valem; mas só um bocadinho… Eles precisam de tempo para aprender que não é neste mês e meio que se define tudo resto de que são capazes, pelo ano fora.

É por isso que os pais e os professores não ganham se ficarem, desde já, muito assustados. As crianças não aprendem todas à mesma velocidade e da mesma maneira. Umas despacham-se, de início. Outras, avaliam os terrenos que pisam para que – depois de sentirem à vontade e perceberem que um novo professor gosta delas – cresçam, aos poucos, um bocadinho mais, todos os dias. Outras, atrapalham-se até perceberem que a escola e o medo não andam de braço dado para que, então, se aventurem e se “mostrem”, a valer, outras, ainda, quando estão mais aflitas, fogem para a frente, pisam o risco e dão respostas tortas a um professor até ficarem mais soltas e mais seguras.

Depois, o tempo ajuda a poeira a pousar. E se não estivermos frenéticos de volta deles, os nossos filhos acertam o passo. E a escola volta a ser um lugar para onde eles vão querer fugir. Já a partir de novembro!

Mas, por favor, não se precipitem! Só agora o ano está a começa. E eles precisam de tempo. Tempo! Para crescerem e aprenderem.

Por Eduardo Sá