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Tanto acertamos e erramos

ao procurar um sentido

para a palavra ‘educar’.

Tantos verbos que gastamos

para no final ficarmos

com receio de enganar.

 

Enganarmo-nos a nós

e a outros sem querer,

que aprender é rio sem foz,

rio que nasce e que cresce,

leito que vai alargando,

sem recuar e sem pressa.

 

Mas uma coisa se sabe:

educar-se não tem idade,

faz um humano melhor.

E já agora uma pergunta:

sem família, sem professor,

sem arte e livros, sem dor

e algum prazer, quanto baste,

 

que me digam por favor:

é possível educar?

Eu acho que não, que não é.

Haverá quem não recorde

ao menos um bom professor?

 

Aprender a ser com os outros,

a criar saber, sonhar,

e a formular as perguntas

que põem a gente a pensar,

a amar e a ser amado…

Talvez seja esse o sentido

da expressão ‘ser educado’.

 

João Pedro Mésseder