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Um projeto interdisciplinar: da Terra à Lua
1/7/2020
Algures numa escola possível, uma reunião imaginária…
− A Português, no 8.º ano, vamos estudar o texto dramático História Breve da Lua, de António Gedeão.
(− Isso não tem nada a ver com nada. O Português fica para corrigir os textos, como sempre. A Matemática faz umas estatísticas e a coisa fica feita…)
− No texto do Gedeão conta-se a história do homem que vive na Lua, mas também se explica como ocorrem as fases da Lua…
(− Isso é lá para as interpretações do Português…)
− Que interessante, a minha disciplina de Físico-Química podia recuperar os conteúdos relacionados com o espaço e rever as questões relacionadas com a translação dos planetas, a sua relação com o Sol e também a relação dos períodos de translação com a distância do Sol.
(− Pois! Como se a translação tivesse alguma coisa a ver com o homem da Lua…)
− Boa! E a Matemática, os alunos podiam calcular essas distâncias e calcular a medida das áreas da superfície da Lua e da Terra, para além de também podermos estudar a translação associada a um vetor.
(− Não inventem. Temos a estatística….)
− A História, podíamos aproveitar esse estudo das áreas da superfície da Terra e relacioná-lo com a exploração das etapas da expansão que foram permitindo conhecer, de forma gradual, o planeta, na sua extensão, aspeto associado ao desenvolvimento de rotas. E, já agora, podia explorar com os alunos o conceito de navegação astronómica, tão importante na época dos Descobrimentos.
(− Mas para quê essas invenções… Só para dar trabalho!)
− As Ciências podiam, a partir deste tema, avançar para o estudo da sustentabilidade na Terra versus Lua, vendo a importância dos fatores abióticos e a sua influência nos ecossistemas.
(− Mas porque é que não se limitam a dar a matéria?)
− E a Educação Visual até podia criar modelos do planeta Terra e da Lua, em diferentes materiais, explorando a vertente científica (da translação e rotação e das fases da Lua), mas também a criativa (diferentes explicações para as manchas da superfície da Lua).
(− Pois… pois…)
− O Inglês pode aprofundar conhecimentos através da exploração de documentários /reportagens sobre essas temáticas…
(− E o Francês também…)
− E os alunos?
− Eles vão orientar os trabalhos em função dos seus interesses, curiosidades e do que se for tornando essencial para a compreensão dos fenómenos astronómicos, à medida que as investigações e os trabalhos avançarem.
− Afinal, articular até é fácil. Basta conversar um pouco!
(− Até parece que estive a desconversar…)
Por Carla Marques